Para fazer boas apresentações é preciso pensar fora da caixa
Costumo dizer que fazer apresentações todo mundo faz. Para fazer boas apresentações, no entanto, é preciso refletir e sair da mesmice: pensar fora da caixa. Apresentações que se prolongam demasiadamente, sem objetivos claros e bem definidos e sem estar de acordo com a “cara” dos ouvintes, são um convite ao fracasso. Pensemos um pouco: nos dias de hoje, as pessoas são altamente influenciadas pela tecnologia, pela necessidade de respostas cada vez mais rápidas e certeiras. E essas influências alteram diretamente o modo como trocamos informações.
Um exemplo claro é a influência do Youtube em nossas vidas e, como consequência, na forma como nos comunicamos. Ali, quando abrimos um vídeo que não chama nossa atenção logo no primeiro minuto (sim, no singular, e até mesmo antes de um minuto), rapidamente mudamos para o próximo ou desistimos.
Situação semelhante acontece quando sua apresentação torna-se por demais prolongada, sem clareza e objetividade na fala. É preciso ir direto ao foco, sem rodeios. Você já viu seus colegas mexerem no celular durante uma reunião, por exemplo? É disso que estou falando: demorou demais, tornou-se cansativa? Mudamos o foco, sem dó nem piedade!
Nesse sentido, precisamos entender as influências da vida cotidiana na forma como transmitimos nossas ideias e vendemos nossos projetos. As redes sociais têm mudado a forma como nos relacionamos com as pessoas e a sociedade. Têm dado poder e voz a quem sempre ficou à margem ou não tinha acesso aos meios de comunicação. E esse desejo de ser um agente participativo tem ultrapassado as fronteiras digitais e invadido o mundo das apresentações.
Quando vamos apresentar uma proposta comercial, por exemplo, falar de nossa empresa, vender um projeto ou fazer uma simples reunião com nossa equipe, isso também acontece.
Precisamos entender que, da mesma forma como as pessoas entram em um site de jornal e expressam suas opiniões acerca do ponto de vista defendido em determinado editorial, também querem se sentir parte integrante das apresentações e não meros espectadores.
Minha experiência tem mostrado que, quanto mais participativas e envolventes são as apresentações, mais resultados são obtidos por meio delas. Eis algumas dicas para envolver mais seus ouvintes e conectar-se com eles:
- Estabeleça um contrato, no início da apresentação, convidando-os a participar e a expor seus pontos de vista.
- Use e abuse de perguntas que estimulem a participação – O que vocês pensam sobre isso? Como acreditam que podemos alcançar esses resultados?
- Mostre-se, pelo corpo, gestos e traje, que está aberto ao diálogo. Evite colocar barreiras para os ouvintes, como braços cruzados, olhar sisudo ou evasivo. Use recursos corporais de aproximação, como se sentar de forma elegante com um toque de informalidade, andar pelo espaço, dialogar visualmente com os espectadores.
- Vista-se - igual ou levemente superior aos ouvintes - de forma a deixar os espectadores confortáveis diante de você e não correndo o risco de causar antipatia.
- Diminua drasticamente o tempo de sua fala e aumente a interação e a troca de experiências com os ouvintes.
- Construa apresentações em que o conteúdo permita interatividade e participação, com discussões de casos, exemplificações, etc.
É isso! Saia do pedestal e construa apresentações com seus ouvintes!
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